sábado, 5 de dezembro de 2009

Negociação do Exército Brasileiro com a Rússia pode tirar americanos da concorrência pelo F-X2

 
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Kaiser Konrad


Na última semana a intenção do Exército Brasileiro de adquirir o sistema antiaéreo Tor-M2E da Rússia pode ter atrapalhado o esforço da Boeing para vender o caça F/A-18 Super Hornet ao Brasil. A informação até agora só é discutida nos bastidores, mas se o programa F-X2 não tiver um desfecho em breve e a negociação para aquisição dos mísseis russos avançar, o governo americano vai pedir a Boeing que abandone a disputa.



Tradicionalmente os americanos não vendem seus melhores caças para operadores de complexos sistemas antiaéreos russos. O motivo é claro: estes sistemas são desenvolvidos justamente para derrubar caças de fabricação americana.



Se o Brasil vazasse os parâmetros e o envelope de funcionamento e em quais condições os mísseis russos poderiam abater os F/A-18, nações como Irã e Venezuela – com quem o Brasil tem estreitas relações - poderiam fazer uso destas informações para desenvolver táticas e sistemas de defesa que dissuadissem o ataque e restringissem a operação em combate destas aeronaves pela Marinha Americana.



Hoje é F/A-18 e seus variantes representam a espinha dorsal da aviação aeronaval dos Estados Unidos. A aeronave veio substituir o excelente caça F-14 Tomcat só porque o Irã também operava vetores deste tipo. Com a atual política dúbia do Brasil em relação aos Estados Unidos, o governo americano poderá não mais sentir confiança para vender suas aeronaves de última geração.


A possibilidade dos EUA abandonarem a disputa pelo F-X2 foi bem recebida por alguns setores do Governo Lula, que esperavam um motivo forte para não se sujeitar à pressão americana para adquirir o avião. Assim os setores do governo brasileiro opositores à proposta americana - mas receosos de contrariar a vontade do Tio Sam - sairão de mãos lavadas, pois se esta informação vier a se confirmar, serão os próprios americanos que não quiseram continuar na disputa. Se o F/A-18 Super Hornet ficar fora do F-X2, a Força Aérea Brasileira vai perder o avião preferido pela maioria dos seus pilotos.

Fonte: Defesanet (www.defesanet.com.br)

Nota do Blog:

1 - O autor reforça os rumores de que o F/A-18 é o preferido pelos pilotos da FAB.



2 - Essa posição dos EUA é muito conveniente para o governo brasileiro, pois a existência de 3 concorrentes na reta final do FX-2 tem sido um grande transtorno para as pretensões do Palácio do Planalto e do Ministério da Defesa, que pretendem adquirir o Rafale. Recentemente o Ministro Jobim chegou a sugerir à FAB que não indicasse um vencedor em seu relatório técnico .


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